Quando iniciei minha faculdade na área de TI, a infraestrutura de redes de computadores logo se tornou um campo de grande interesse para mim. Naquela época, a internet ainda estava em um período de transição, e o acesso à tecnologia era muito diferente do que conhecemos hoje. A maioria das conexões eram discadas, ou para aqueles com mais recursos, ofereciam velocidades de até 512 Kbps, algo que atualmente seria considerado impraticável para as necessidades cotidianas. Lembro-me de como baixar uma distribuição de sistema operacional Linux, por exemplo, podia levar dias, exigindo paciência e determinação para realizar testes e desenvolvimento. Esse ambiente limitado fez com que eu aprendesse a valorizar cada recurso disponível, maximizando o uso da infraestrutura e otimizando processos de forma criativa.
A faculdade foi um ponto de partida crucial para meus conhecimentos em infraestrutura, proporcionando as bases teóricas que, posteriormente, foram complementadas com muita prática. Mesmo em um cenário onde as soluções tecnológicas eram limitadas, a curiosidade e o desejo de aprender me impulsionaram a entender como funcionava a comunicação entre dispositivos, a segurança das redes e o gerenciamento de servidores. À medida que a tecnologia avançava, o desafio de me manter atualizado se tornava uma constante, mas sempre foi algo que abracei com entusiasmo.
Conforme minha experiência crescia, fui acompanhando de perto a evolução das redes de computadores. A transição de conexões limitadas para as redes de alta velocidade, a implementação de arquiteturas de servidores e a virtualização de ambientes foram marcos que transformaram a maneira como empresas e indivíduos se conectam e utilizam a tecnologia. Além disso, a chegada de serviços em nuvem e a popularização de dispositivos móveis redefiniram a forma como projetamos e mantemos redes seguras e estáveis. Cada avanço trouxe novos desafios, desde a implementação de soluções de backup mais eficientes até o gerenciamento de sistemas distribuídos, onde a resiliência e a escalabilidade se tornaram prioridades.
Ao longo dos meus mais de 10 anos de experiência, participei ativamente de diversas implementações e melhorias em infraestrutura, desde a configuração de redes locais (LAN) e a integração com redes de longa distância (WAN) até o gerenciamento de data centers e ambientes híbridos em nuvem. Um dos aspectos mais gratificantes dessa jornada foi ver como a infraestrutura, quando bem projetada, pode impulsionar a eficiência e a segurança de uma empresa. No entanto, também aprendi que, além da tecnologia, a infraestrutura exige uma visão estratégica, antecipando possíveis gargalos e vulnerabilidades.
Hoje, com mais de uma década de experiência, continuo a enxergar a área de infraestrutura de redes como um campo em constante evolução, onde a inovação nunca para. A internet das coisas (IoT), a inteligência artificial aplicada à gestão de redes e a crescente importância da cibersegurança são apenas algumas das tendências que moldarão o futuro das redes. Sinto-me privilegiado por ter começado em uma época de grandes desafios e por ter participado dessa transformação, adquirindo habilidades técnicas e estratégicas que continuam a me guiar em minha carreira.